segunda-feira, 18 de março de 2013

CRESCIMENTO DA IGREJA


Um papa sem protocolo e pobre

dom, 17/03/13

por Edson Luiz Sampel |


As aparições do Papa Francisco têm revelado pouca preocupação com o rígido protocolo do Vaticano. Sua santidade, por exemplo, não se ateve estritamente ao texto que lia, quando se encontrou com os jornalistas na Sala Paulo VI.
Em determinado momento, deixou de lado o papel e, em tom simples e brincalhão, aludiu ao nome Francisco, dica de seu amigo, o cardeal brasileiro, dom Cláudio Hummes.
No primeiro Ângelus, o Papa Francisco chegou até a fazer referência direta a um livro do cardeal Kasper, e disse que não estava fazendo propaganda, algo impensável nos últimos dez pontificados.
Um dos pontos mais importantes dessas primeiras mensagens do novo pontífice está no que ele disse aos jornalistas: “como eu gostaria de ver uma Igreja pobre!.” De fato, Jesus Cristo, era um homem bastante pobre, paupérrimo, até.
O primeiro Papa, São Pedro, também era um pescador desprovido de grandes recursos. Mas, o que quis dizer o Papa Francisco com o desabafo expresso diante da imprensa?
A Igreja se torna realmente divina, a partir do momento que se faz pobre, ou seja, que põe toda sua confiança em Deus, e não nos bens terrenos. Uma Igreja pobre mantém firme a opção preferencial de Jesus pelos pobres.
Uma Igreja pobre abandona o luxo e a pompa e passa a buscar apenas a simplicidade, como fez o Papa Francisco, que nem sequer quis usar a estola papal, quando se apresentou ao povo na sacada da Basílica de São Pedro.
De qualquer modo, é bom que se diga que ao menos os últimos papas não foram homens ricos. O que chamam de riqueza do Vaticano, ou seja, as obras de arte, são patrimônio da humanidade.
Na Arquidiocese de São Paulo, lembro-me de que o arcebispo emérito, dom Paulo Evaristo, não tinha  nem uma conta bancária em seu nome. No fundo, o Papa Francisco quer que não só os padres e bispos sejam pobres, mas, igualmente, os católicos comuns, que devem subsistir com o mínimo necessário e dar o restante aos mais carentes.

A homilia do Papa Francisco

qui, 14/03/13

por Frei Evaldo Xavier Gomes |


Papa Francisco celebrou nesta quinta-feira (14), na mesma na Capela Sistina onde foi eleito, sua primeira missa como Pontífice.
A língua usada na liturgia foi o latim, língua oficial da Igreja. Sua primeira homilia, entretanto, foi feita em italiano, contrariamente ao seu predecessor Bento XVI que na mesma ocasião leu-a em latim.
Seguindo a prática comum na Igreja da América Latina, o novo Papa fez uma homilia espontânea, ou seja, sem recorrer à leitura de um texto previamente escrito.
Nesta homilia que inaugura seu pontificado, Papa Bergoglio aponta três linhas principais: “Caminhar, edificar e confessar”.
Segundo suas palavras “sem confissão, a Igreja se torna um ONG de caridade”, ou seja, sem conversão e espiritualidade, a Igreja se tornaria somente uma organização de assistência social. Observa que nas leituras da liturgia, o fio condutor foi a palavra “movimento”.
Assim, a vida é comparada a uma caminhada e quando paramos, o percurso é interrompido ou se torna mais distante. Assim é fundamental que caminhemos sempre iluminados pelo Senhor e em sua constante presença.
“Se não caminhamos na luz de Cristo”, a nossa realidade corre o risco de se transformar na sociedade descrita por Leon Bloy, recorrendo à obra do ensaísta francês que detalhava uma sociedade conformista e à caminho da ruína.
Papa Francisco lançou também um grave alerta para a importância da oração e da fidelidade a Jesus Cristo. “Quem não anuncia o Senhor anuncia o diabo, quando não se professa Jesus, se professa a mundanidade do demônio”.
Em sua primeira mensagem de início de pontificado, Papa Francisco convoca todos a ter coragem e proclama a plenos pulmões que é necessário “reedificar a Igreja com o sangue versado na Cruz, que a única glória é Cristo Crucificado e somente assim a Igreja andará avante!”.
Finalmente conclui exortando: “desejo a todos nós que o Espírito Santo e a interceção da Virgem Maria, nossa Mãe, nos concedam a graça de caminhar, edificar e professar Jesus Cristo Crucificado. Assim seja!”.
(Para ver mais sobre a primeira homilia do Papa Francisco, clique aqui).

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