quarta-feira, 9 de abril de 2014

"TEM GENTE QUERENDO FAZER INTRIGA DISSO"


Cid e Domingos Filho: “Tem gente querendo fazer intriga disso”

O governador Cid Gomes (Pros) disse nessa terça-feira (8), em visita ao O POVO, que há nos bastidores políticos uma tentativa orquestrada de desgastar sua relação com o vice Domingos Filho (Pros), que chegou a ser apontado como pivô da decisão de Cid de não renunciar ao cargo. O chefe do Executivo afirma que Domingos não é carta fora do baralho, e continua no páreo pela indicação à candidatura a governador na chapa governista.
Algumas lideranças têm afirmado que, a partir da recusa de Ciro Gomes (Pros) de disputar vaga no Senado, Cid só não encarou o desafio para não ter de ceder as chaves do Palácio da Abolição a Domingos, que ganharia força na condução do processo eleitoral.
Sobre o futuro da aliança que até agora lhe dá sustentação política, Cid adota postura ambígua, e ao mesmo tempo em que questiona a legitimidade de o senador Eunício Oliveira (PMDB) reivindicar a vaga de governador na chapa, admite que o Pros poderá abrir mão de indicar um nome ao cargo. Ele também disse acreditar no peemedebista, “até que se prove o contrário”. Confira trechos da entrevista exclusiva.
O POVO – Tomada a decisão de permanecer no Governo, o senhor já começou a maturar a questão de quem apoiará na sucessão do cargo?
Cid Gomes – Eu não pretendo apontar dedo, tirar carta da manga e definir. O processo é democrático. Não serei eu quem vai apontar um escolhido. Não é meu estilo.
OP – O senhor cogita, então, que outro partido venha a indicar esse nome, que não o Pros?
CG – É natural que o maior partido da aliança tenha preferência, de apontar o maior cargo em disputa.
OP – Nas últimas semanas, sua relação com Domingos Filho ficou em evidência. Há informações no bastidor sobre um possível mal estar entre os dois. Como está a relação? Ele está no páreo rumo ao Governo?
CG – Claro. Se ele desejar, é claro que está. O Domingos é meu amigo de longas datas. Se o Ciro decidiu não ser candidato ao Senado, o que é que tem a ver o Domingos (com o fato de Cid ter resolvido não renunciar)? Isso aí é intriga. O Ceará é muito pequeno para a gente saber as coisas. Tem gente querendo fazer intriga disso.
OP – Com que intenção?
CG – Para desgastar a relação dele comigo. Domingos é uma liderança importante, é vice-governador, já foi presidente da Assembleia.
OP – Ciro disse que sua permanência no Governo seria importante para evitar que o Ceará caísse nas mãos de um aventureiro? A quem ele se referia? (Alguns interpretaram que a declaração foi um recado a Domingos)
CG – Ele está falando do futuro. Do futuro da sucessão.
OP – Eunício disse que a proposta que ele tinha lhe feito não havia vingado. O senhor dá o rompimento como certo?
CG – Eu não, eu não. A conversa que eu tive com o Eunício foi franca, leal e sincera. (…) Falei que não poderia assumir compromisso com ele por conta de outras pretensões. O maior partido aqui é o Pros, o segundo é o PT e o terceiro é o PMDB. Que argumento você vai usar para os outros dois? O Pros abre mão da principal posição? O PT abre mão e vai entregar ao PMDB, que é a terceira força?
OP – O senhor disse isso a ele?
CG – Não do jeito que eu estou lhe dizendo aqui, mas disse. E falei que, naquela data, poderia ser que tivesse alterações e que eu voltaria a falar com ele. Como não houve alterações, não voltei a falar com ele. (…) Vou deixar as coisas tomarem seu caminho natural.
(O POVO)

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